quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Capítulo I - Piloto - Parte IV

Sem terminar o jantar Black Cherry foi para o seu quarto e ligou o computador no sistema de mensagem instantânea conectado ao celular, que tocou pouco depois e onde fingiu realmente conversar.
- Alô... Oi Alessandra. O que... – BC.
Apreensiva Pink Manzana a via caminhar pela sala e vez ou outra Black Cherry a olhava confirmando sua encenação.
- Está bem, eu vou... Só vou pegar algumas coisas... Calma, estou a caminho. – BC.
Ela desligou a chamada inexistente e foi como que preocupada para o quarto.
- O telefonema é preocupante? O que aconteceu? – PM.
- O meu pai passou mal. Ele está hospitalizado. – BC.
- Como posso ajudar? Quer que eu a acompanhe?
- Não. Não precisa.
- Tudo bem. Ficarei guardando o forte.
*Forte, realmente. * BC.
Ela saiu para a sala com uma pequena bolsa já há muito preparada e olhou a mulher ali parada.
- venha Prix. – BC.
- Vai levar Prêmio a um hospital? – PM.
- Claro que não.
Pink Manzana sorriu sem olhar os pratos que lavava, e sim Prix que subiu por um braço e desceu pelo outro de Black Cherry.
- Você fica, hoje, Prix. Dessa vez tenho que sair sozinha. – BC.
- Cuidarei bem do macaco Prix. Preocupe-se apenas com o seu pai. – PM.
Após um instante observando-a Black Cherry trancou a porta e desceu por dentro do prédio, dessa vez. Foi apenas para o outro lado da construção, o lado da escada de incêndio.
- Pomme. – BC.
Ainda que o chamasse cinco andares abaixo ela sabia não ser necessário gritar, o ouvido sensível do animal a escutaria.
- Não se preocupe Prêmio. Cuidarei bem de vossa mercê. – PM.
O macaco continuou a brincar com os imãs saches em forma de frutas na geladeira sem reconhecer o seu novo apelido. Mas escutou ser chamado pela janela e se aproximou do peitoril.
- Eu lhe chamo de Prêmio, macaco Prix, porque é o que Prix significa. Na França, de onde vem Prix, tem muitos canais por onde barcos passam como carros em ruas. Entende? – PM.
Pink Manzana pegou uma maçã na geladeira e partiu-a em dois pedaços.
- Uma maçã? Ou melhor, como na Fraca, pomme. Macaco Prix quer um pedaço de pomme? – PM.
Confuso Prix olhou-a aguardando algo como uma ordem, que não veio, e escutou ser chamado pela janela novamente, então foi para o quarto de Black Cherry.
- Prêmio. Prêmio... Macaco Prix, aonde vai? Não gosta de maçãs? – PM.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Capítulo I - Piloto - Parte III

Black Cherry não sabia mais como desvencilhar-se da hóspede. A mala descombinando com a sala já estava a um canto e sua dona preparando a mesa para o jantar.
Encontrando um copo alto Pink Manzana encheu dois dedos e o deixou a mesa com as duas rosas que ainda tinha.
- Não há porque essa bobagem. – BC.
- Uma boa mesa traz uma refeição. Uma delas é sua. – PM.
- Eu agradeço, mas pode ficar.
- Eu agradeço a vossa mercê com ela. Todos os dias, mas cidade de onde saí minha pessoa dava flores. A outra é de Fernando, em agradecimento.
- Claro, muito justo... Você está aqui e ele recebe agradecimento...
- Exatamente, e vossa mercê não carece ter ciúmes. Se Fernando não houvesse lhe convencido minha pessoa não estaria na tua casa.
Ao notar que já jantariam Prix, como de habito, entrou em seu pote de salada preparada por Black Cherry,
- Ei Prêmio, isso não é muito educado de sua parte. – PM.
- No vai querer ensinar bens modos ao macaco... Deixe o Prix em paz. – BC.
- O macaco Prix não come carne? Macacos comem carne.
- Não quero apetecê-lo com carne, para evitar que ele ataque animais como ratos, talvez até mesmo gatos.
- Então você suplementa a alimentação do macaco Prix com ração ou vitaminas.
- Não.
- Isso fará o macaco Prix procurar por pequenos animais do mesmo modo, para saciar o instinto.
- Eu cuido da criação de Prix. Até hoje ele tem estado muito bem.
- Como quiser. Porém vossa mercê não desconsidere que os pequenos animais que o macaco Prix ingerir podem trazer doenças não apenas ao macaco Prix.
- Perdi a fome.
- Perdoe a indelicadeza de minha pessoa. Certamente animais comendo uns aos outros e doenças não são temas a serem tratados durante refeições.