segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Noctifobia - Parte 2

A enorme porta abriu-se para pacientes que chegavam e André sentiu a mão de Pink Manzana gelar ao tempo em que Pato a notava empalidecer. Igual ao dia – ou a noite – em que se conheceram.
- Você está bem? Páola. Páola! – André.
-Está tudo bem, Páola. Tem um táxi nos aguardando do lado de fora, e ele estará aceso. – Pato.
- Minha pessoa crê ser melhor aguardar pela aurora. – PM.
- Fala sério... – André.
- Você poderá descansar melhor em casa. Nós iremos com você, de carro, e nada vai acontecer. – Pato.
- Vamos. Você pode segurar minha mão até chegar ao apartamento, ou até amanhecer.
Conseguiram levá-la ao carro junto ao meio-fio. Pink Manzana os preocupou por sua respiração que parecia não existir. Ela segurava as mãos de ambos junto ao colo e escutou-os pedir ao motorista que deixasse as luzes do interior do veículo acesas.
- Desculpe, estão queimados. – João.
- Todas as lâmpadas? – Pato.
- Sim senhor.
- Que tipo de táxi é este? – André.
João não tornou a responder. Tinha ordens expressas de levar o trio até o prédio e levar consigo o que planejavam da noite.
- Ele está bem? – João.
- Ele quem? – André.
- Quem vocês foram ver no hospital. Quero dizer... Vocês não parecem feridos, ou doentes. Com exceção da senhorita... Ninguém morreu, não é?
- Acho que isso não é da conta do senhor. Leve-nos, o quanto antes. – Pato.
- Sim senhor...
O carro foi cercado por três motos. Uma à frente para obrigá-lo a reduzir a velocidade, e duas nas laterais para que não desviasse do rumo que determinariam.
Pato e André esqueceram de Pink Manzana por um momento para vê-los, sem conseguirem identificar os rostos por conta dos capacetes.
- Acho que eu vi uma arma! – Pato.
- O que! Estão armados? Quem são eles? Eu não acredito que estamos sendo seqüestrados! – André.
- Eu não sei se estão armados, só acho que vi uma arma.
Um dos motociclistas cutucou o vidro com uma pistola.
- Pato, eles estão armados. – André.
O motociclista à esquerda bateu no vidro com o cano de uma arma, e em seguida na janela do motorista, obrigando-o a abri-la. João desligou o celular e começou a reduzir a velocidade.
- Não, não pare. – André.
- Desculpem, não tenho muitas opções no momento. – João.
- Destrava as portas.
- O que? Não vamos saltar com o carro em movimento! – Pato.
- Só... Só destrava as portas, e me dá dois segundos e pára o carro. – André.
- O que planejava fazer?
O resultado veio quando o motociclista à esquerda caiu após bater na porta e rolou no asfalto.
- Foi mal, desculpe pela sua porta. – João.
- Esqueça! Ainda há dois! Siga para a delegacia! – Pato.
- Não precisa dizer duas vezes.
Ele manobrou o carro, o que ficava mais fácil, e acelerou na direção que pretendia.
- André! André, o cinto! – Pato.
Ele colocou o cinto de imediato e ajudou a prender Pink Manzana, que apenas não se machucou entre os assuntos dianteiros porque ambos, os rapazes, a seguraram.
Os tiros os assustaram, e um deles atingiu o vidro.
- Droga, eles também estão armados! – André.
- E você realmente achou que só aquele estava? – Pato.
João acelerou e reduziu algumas vezes, dando ao piloto da moto a idéia de que avançaria sobre ele, e então entrou por outra rua. Pato colocou os dedos no pulso esquerdo de Pink Manzana e preocupou-se.
- Ela está cada vez mais fria! – Pato.
- Chamamos uma ambulância da delegacia. – André.
O carro parou bruscamente e os quatro se machucariam seriamente se não fossem contidos pelo cinto. A frente do carro estava um dos motoqueiros mirando no pára-brisa do automóvel.
- Droga! – André.
- Páola, Páola. Vamos, eu estou aqui. Fala comigo. Preciso de você acordada, está bem? – Pato.
- Isso, definitivamente, está fora dos planos do contrato. – João.
- Saiam do carro, agora! – Norberto.
- Primeiro os mais velhos. – André.
- Deixa de graça, André. – Pato.
- Acorda logo ela, então ela resolve o problema.
- Acho que vamos ter que cuidar das coisas sozinhos desta vez.
- Eu não vou repetir! – Norberto.
Abriram a porta, devagar, e saíram. Pink Manzana, amparada por André, tinha o corpo estático e o olhar perdido.
Os motociclistas armados entreolharam-se.
- O que há com ela? – Norberto.
- O que esperava agindo assim? É pressão baixa. Ela precisa ir para um hospital. – André.
- Acabam de sair de um.
- Por que estão nos seguindo? – Pato.
- Soltem-na moça, e se afastem.
- Esquece. – André.
Norberto deu passos ágeis para frente com a arma apontada diretamente para André.
- Como é que é? – Norberto.
- Eu não... Não vou deixar... A moça sozinha. – André.
- Ótimo.
Ele engatilhou a arma, mas caiu. Segundos antes de outro também cair.
- O que... – Pato.
- Afastem-se. – Andrômeda.
Reconheceram a voz do beco, mas conseguiram ver apenas o salto agulha.
- Já dissemos. Não entregaremos a moça. – Pato.
- Levem-na. Direto para casa. – Andrômeda.
Duvidosos e preocupados foi João quem primeiro entrou no carro.
- Espera aí! Você os matou peal gente? – Pato.
- Vamos embora, Pato. Não vê que no liberou? – André.
- E eu quero saber por que.
- Eu não os matei, e sim a pessoa no terraço. – Andrômeda.
O ponto vermelho brilhou no chão e eles olharam para o alto. André colocou Pink Manzana dentro do carro, voltando para junto de Pato.
- Vocês querem ficar, fiquem. Onde eu deixo a moça? – João.
Ele ligou o carro e já começava a manobrar quando André e Pato entraram. Saindo de ré da mesma rua viram o terceiro motociclista, o que haviam derrubado, caído na esquina.
Com os quatro longe um furgão escuro chegou e um casal saiu dele. O motociclista saído na esquina já estava lá dentro, os outros dois foram colocados lá dentro.
- Quando acordarem vão nos contar tudo, por bem ou por mal. – Andrômeda.
Ela entrou no carro e partiu dali.

sábado, 27 de novembro de 2010

Noctifobia

- Pode me dizer, mais uma vez, como tudo aconteceu? – Cruzeiro do Sul.
- Meus persona tenere directus... – PM.[1]
- Pro favor.[2]
Ela levantou os olhos, surpresa, e sorriu largamente ainda que estivesse muito cansada.
- Vostrum mercês fabulare latine![3] – PM.
- A senhorita está desviando-se do assunto. – Cruzeiro do Sul.
- Perdonare meus persona.[4]
Em seguida ela continuou narrando o que a havia levado até o hospital. Já havia perdido as contas de quantas vezes havia falado no homem, na mulher, como o havia afastado e como chamou a ambulância.
Um homem apareceu à porta e fez um sinal a Cruzeiro do Sul, que interrompeu a mulher.
- Parece que tomei muito de seu tempo. – Cruzeiro do Sul.
- Certamente necessário a vossa mercê.
- Exato. Bem, terminamos por hoje. Pode ir agora.
- A mulher Morgana ficará bem?
- Ficará sim.
- As pessoas familiares foram avisadas, correto?
- Sim, claro. Já estão a caminho. Você está liberada, mas, por favor, não se afaste da cidade.
Pink Manzana desceu e chegava à recepção do hospital quando Pato e André entraram.
- Fala sério... – André.
- Eu só espero que ela esteja bem. Independente de Beatrice ou não. – Pato.
- Sim, mas onde está Beatrice a essa hora da noite?
- Ali, Páola!
Caminharam apressados até a jovem que sorriu sob a luz pálida da sala.
- Tudo bem com você? – Pato.
- Sim, sim. Minha pessoa precisa apenas de descanso. – PM.
- Se está bem, por que está aqui?
- A mulher vítima foi atacada por um homem criminoso.
- Não diga que bateu tanto nele que ele está internado! – André.
Pink Manzana olhou-o preocupada.
- Não, minha pessoa nunca feriria tanto assim alguém! A mulher vítima foi muito ferida pelo homem criminoso. Minha pessoa tentou impedi-lo de escapar, e queria ferir-me também! Porém, quando o homem criminoso escapou e minha pessoa julgou que melhor seria ficar com a mulher vítima a persegui-lo. – PM.
André e Pato entreolharam-se.
- Tudo bem, vamos para o nosso apartamento. – Pato.
- Ora, mas por que não o de Beatrice? Se ela não pode vir ainda assim posso ir ao apartamento dela... – PM.
- Vamos indo. O táxi está a nossa espera. - Pato.

[1] Eu ter/tenho direitos...
[2] Por favor.
[3] Você falar/fala latim!
[4] Perdoar/perdoe meu/minha pessoa.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Novo capítulo

Em breve será postado novo Capítulo, o chamado Prima Morgana. Para maior facilidade de acompanhar as estórias de Pink Manzana, acompanhe também http://www.black--cherry.blogspot.com/, pois um faz 'parte' do outro, e posteriormente terminarão unidos. Mais adiante ainda ambos se unirão a http://www.gi.gi.gi/, em http://www.gigigiaaa.blogspot.com/.

Espero que curtam bastante.
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domingo, 16 de maio de 2010

Capítulo II - Compras - Parte VI

Os gritos dela surpreenderam tanto Beatrice quanto os policiais e de repente ela chorava e sentava-se no sofá com o resto nas mãos.
- O que ela disse? – Silvio.
- Eu não sei. – BC.
- Que idioma é este?
- Eu não...
Pela porta aberta de repente entrou Pato e André, depois, com uma vassoura.
- Beatrice! Beatrice, tudo bem? Escutamos gritos! – Pato.
- Foi Páola. – BC.
- Vocês dois também estavam no supermercado. Vou pedir mais uma viatura. Vamos todos para a delegacia. – Maciel.
Pink Manzana continuava aos soluços e passava a respirar fundo tentando se acalmar.
- Minha pessoa não é criminosa ou ousa mentir. – PM.
- Vocês são policiais? – André.
- Do que estavam falando? – Pato.
- Acham que somos criminosas, e agora deve pensar o mesmo de vocês. – BC.
- Eu não estava com aqueles caras! – André.
- Beatrice não tem nem tempo de ser criminosa! Os estudos da universidade tomam todo o tempo dela! – Pato.
- Não tem como uma moça como você ter desarmado três bandidos. – Maciel.
- Mas ela fez e sou testemunha! – André.
- Nós e mais dúzias de pessoas que estavam naquele supermercado! – Pato.
- E eu só queria ver como ela fez isso... – BC.
- Foi um modo violento de minha pessoa, porém mostro, se vossas mercês desejam ver. – PM.
Logo Beatrice segurava a vassoura, com a qual André chegou, e os policiais suas canetas. Pato tentava explicar.
- Ela se aproximou devagar. – Pato.
Beatrice tentou resistir e ficar com a vassoura e depois as canetas estavam no chão.
- Foi assim que o tiro não acertou ninguém e ela rendeu-os. – Pato.
- Ela devia ser considerada uma heroína e não cúmplice. Aliás, ela já estaria longe se fosse. – André.
- Realmente.
Olhando os dois, muito surpresa pelas atitudes de André, Beatrice deu um tom determinado à sua voz.
- Se insistirem com isso eu tomarei providências junto ao meu advogado quanto a calúnia partida do departamento policial desta cidade. – BC.
- Está bem, senhorita Páola. Acreditamos nas suas palavras. Por favor, não saia da cidade. – Maciel.
- Vossas mercês estejam tranqüilas quanto a isso. - PM.

domingo, 9 de maio de 2010

Capítulo II - Compras - Parte V

- Vocês estão bem? – BC.

- Sim. Já acabou tudo.

- Beatrice, o que vossa mercê faz aqui? – PM.

- Eu estava... Na faculdade, escutando rádio... Páola disse que viria ao mercado pela manhã... Soube do assalto e... – BC.

Pink Manzana abraçou-a com força, feliz.

- Vossa mercê preocupou-se comigo, de verdade! – PM.

- É uma surpresa mesmo... Você ter largado seus livros pelos seus... – André.

- Não pressiona André. – Pato.

- Já comprei tudo o que precisávamos para o almoço, agora tenho que ir. Preciso procurar um emprego para ajudar a pagar as contas. – PM.

- O que aconteceu aqui? – BC.

- Cara, você não vai acreditar! Foi incrível, impressionante... – André.

- Viemos fazer compra com Páola e os assaltantes entraram, então ela... Ela os desarmou. – André.

- A Barbie os desarmou? A mesma que tem fobia da noite? – BC.

- É. Ela mesma...

- Vossas mercês ficarão mais? – PM.

Com as compras na bolsa, para não usar as poluentes sacolas plásticas, ela já estava à porta do supermercado, pronta para ir embora.

Tendo Prix em seu ombro Beatrice trancou a porta e seguiu Pink Manzana até a cozinha, onde a jovem tão diferente de si retirava às compras da bolsa deixando-as todas sobre a pia. Seis maçãs, canela em pau, gelatina incolor e creme de leite.

- Páola. Páola. – BC.

- Oi, oi. Minha pessoa está escutando vossa mercê. – PM.

- Então me explique agora o que aconteceu no supermercado.

- Minha pessoa foi comprar todas essas delícias com Prix, já vínhamos embora.

- Quero saber do assalto.

- As três pessoas criminosas entraram no supermercado e renderam a mulher caixa...

- Espera, pare... Você não sabe falar como gente normal?

- Como assim pessoa normal?

- Tudo bem, não importa. Continue. A mulher caixa...

- ...foi rendida, coitada. Assustaram muito sua pessoa.

- E é como dizem? Você os desarmou? Você?

- Sim. Mas sinto tanto ter sido grossa e violenta com eles... Mas minha pessoa não possuía outra alternativa.

- Sente muito... Olhe, porque não me mostra como fez para desarmá-los.

Pink Manzana olhou-a de grandes olhos apreensivos.

- Minha pessoa não deve, o fez de modo tão terrível...

- Eu insisto a vossa mercê. Mostre-me como o fez.

Bateram à porta, e pareciam insistir. Como Beatrice não fez menção de atender Pink Manzana foi.

- De qualquer modo não posso lhe mostrar. Os homens criminosos eram três. – PM.

Pela porta aberta ela reconheceu os policiais e Beatrice os homens da delegacia.

- Boas tarde senhoritas. – Maciel.

- Boa tarde pessoa policial. – PM.

Ela sorria como qualquer que recepcionasse, e talvez, quem sabe, aos criminosos.

- Viemos esclarecer o ocorrido no supermercado. – Silvio.

- Sim. Na verdade surgiram algumas dúvidas do tipo: Como você, uma jovem alegre e delicada, desarmou os bandidos com tanta facilidade? – Maciel.

- Seria um quarteto? Onde algo saiu do esquema?

- Quarteto? – BC.

O policial olhou-a.

- Ou quinteto. – Silvio.

- Estariam testando a segurança local e os homens fingiram ser desarmados por você. – Maciel.

Pela primeira vez em muito tempo o sorriso de Pink Manzana sumiu de seu rosto.

- Meu persona non sedere criminosu aut ausu mentiri! Non ausu mentiri![1] – PM.


[1] Em latim: “Minha pessoa não é criminosa ou ousa mentir! Não ousa mentir!”

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Capítulo II Compras - Parte IV

- Todos parados e ninguém se machuca! Você, vá enchendo a sacola com o dinheiro! – Bigode.
Pink Manzana abandonou o carrinho e os amigos.
- Cuida de Prix um momento, Fernando. – PM.
- O quê? – André.
- Espere, aonde vai? – Pato.
Ela ficou diante dos dois armados, próxima ao terceiro, À direita.
- É melhor ficar onde estava, Barbie. – Palito.
- O que vossas mercês desejam? – PM.
- Dinheiro! Mais rápido! – Bigode.
A caixa tremeu entre lágrimas.
- Para o que querem dinheiro? – PM.
- Para podermos comer, e alimentar nossas famílias. – Jujuba.
- Apenas isso? Fernando, pegue uma sacola de alface e tomates e outra de leite. André, pegue uma sacola de macarrão e outra de biscoitos.
- Ca... Ca-cala esta boca! – Bigode.
- Vossas mercês não estão com fome, não precisam dar de comer às suas famílias?
- Não temos família, nós precisamos para... – Bigode.
- Estes três são drogados, precisam sustentar o vício. – Paulo.
O gerente havia acionado a polícia, agora tinha que zelar, ao máximo, por seus funcionários.
- São dependentes químicos? – PM.
-Não é da sua conta, Barbie. –Palito.
- Por que se sim, vossas pessoas estão pagando para morrer, o que é um direito gratuito de todas as nossas pessoas. E mais eficiente seria, à vossas mercês, lançassem-se do cimo de um edifício...
- Você é louca! – Bigode.
- Vossas pessoas conseguiriam morrer e não assustariam estas pessoas.
- Cale-se!
- Por que vossa mercê mesma não vem calar-me?
Bigode virava-se para mirá-la com sua arma quando foi surpreendida pela mão ágil de Pink Manzana. O tiro partiu para o alto sem ferir ninguém e Palito e Jujuba também iam apontar-lhe a arama quando ela as jogou no chão com o pé esquerdo. Vamos sobre ambas.
- Mãos no peito e comportem-se. Vamos para lá. – PM.
As sirenes já podiam ser ouvidas e em seguida os policiais entravam no supermercado apontando a arma para a única pessoa armada, e que não era uma policial, do local.
- Baixe a sua arma, senhorita! – César.
Pink Manzana obedeceu sorrindo.
- Minha pessoa imaginou que vossas mercês não demorariam... – PM.
- Solte a arma e se afaste! – César.
- Correto, perdoe minha pessoa.
Ela abaixou-se para deixar a arma junto com as outras duas e deu alguns passos pra trás.
- Ei, vá com calma com ela! – Pato.
- Ela não está com eles. Na verdade, rendeu-os. – Paulo.
- Ah sim. Vossa mercê está bem? – PM.
Ela inclinou-se para a caixa que havia ficado sob a mira dos assaltantes. A mulher não conseguia conter o choro.
- Sua pessoa precisa acalmar-se. Precisa de água fervida com pedaços de maçã e muito açúcar, ou mel. – PM.
O gerente correu a apertar vigorosamente a mão de Pink Manzana, tentando agradecer com ações.
- Você pode levar o que quiser, basta dizer. Podemos entregar diretamente em sua residência sem custo algum a você. – Paulo.
- Não é preciso. Minha pessoa veio comprar pouco. – PM.
- Mas eu... Eu insisto.
- Minha pessoa não pode demorar-se. Tem que fazer o almoço, e procurar emprego à tarde.
- Eu não acredito! Ela não está nem ligando para o que fez! Ela impediu um assalto! – André.
- Por favor, leve então essas poucas compras por conta do supermercado. – Paulo.
- Seria um roubo, então, de minha parte. Vou comprar tudo o que tenho aqui. – Pink Manzana.
Palito saia algemado quando Beatrice entrou suando e retirando o fone do ouvido direito.
- Beatrice! – Pato.

sábado, 24 de abril de 2010

Capítulo II Compras - Parte III

Pink Manzana apossou-se de um carrinho pequeno, de dois andares. André pegou um maior, como se fizesse algo, era Pato quem ia e vinha das prateleiras e pesquisava preços.
- Então, por que Beatrice não veio com você? Não se deixam os amigos irem fazer compras, sozinhos. – André.
- Não mesmo... – Pato.
- Beatrice está estudando, na faculdade. – PM.
-É verdade ela é uma universitária... – André.
- Como se não soubesse... – Pato.
- Interessante. Mas... Você está morando com ela ou se tornou a sua... Serva?
- Aia? Minha pessoa não é aia de Beatrice. – PM.
- Desculpe se fui inconveniente ou se sentiu mal.
- De modo algum. Minha pessoa encontra-se contente em poder esclarecer.
- Beatrice nunca transformaria alguém em escravo. – Pato.
- Não, mesmo. – André.
- Não mesmo. Beatrice acolheu-me, desconhecida e sem algo a oferecer... Minha pessoa provoca custo a Beatrice, e ainda nesta tarde começará procurando emprego para pagar justiça a ela. – PM.
- Você me parece honesta e de caráter, Páola. Uma moça de princípios. – Pato.
Ele, porém, encarava André, que escutou-o. Pink Manzana sorriu para Pato.
- Honesta e de caráter, sim, como todos. Todos também têm seus princípios. – PM.
- É isso aí, Pato. Eu tenho os meus princípios. – André.
- ..., algumas vezes os nossos princípios são pouco ou muito diferentes. Apenas isto.
Abandonaram o corredor de massas e biscoitos e foram para o corredor de frios, logo após a área de vegetais. Como a maior parte dos clientes o grupo notou os três homens apenas quando estes se anunciaram.
- Isso é um assalto! Todos parados! – Bigode.
Todos pararam, conforme a ordem, o criminoso tinha a rama apontada para a caixa, os outros dois para os clientes.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Capítulo II Compras - Parte II

Prix não parou de prestar atenção a ela, ainda que não compreendesse bem, e a viu levantar-se com a bolsa e sorrir ao colocar o chapéu de abas largas.
- Ótimo, então vamos! – Pink Manzana.
Ela trancou a porta ao sair e começou a descer as escadas, encontrando Pato e André de saída.
- Bom dia à vossas pessoas! – Pink Manzana.
- Olá Páola. – Pato.
- Bom dia, graça. – André.
- Obrigado.
- Por nada. Aonde vossa graça vai? Pode dizer-me?
- Prix e eu vamos ao supermercado.
- Que coincidência. Também vou. – Pato.
- Nós vamos. – André.
Os quatro dirigiram-se à saída pelas escadas.
- Vamos nós quatro, então. – PM.
O sorriso de Pink Manzana brilhou com o sol, única parte de seu rosto onde os raios do astro alcançavam.
- Isso! – André.
- Então agora Prix e você estão se dando bem? – Pato.
-Sim, sim. Minha pessoa teve uma conversa esclarecedora com macaco Prix. Ele não tentará escapar de minha pessoa. – PM.
- Ouviu isso, ela conversou com o macaco! É mesmo uma graça de moça... – André.
- Minha pessoa agradece. Graça é... Graça é uma dádiva, o dom de viver, um sorriso dó céu. Vossas pessoas também são graças, assim como eu. – PM.
Ela tomou a frente, com Prix, e os dois homens retardaram, André com as sobrancelhas torcidas.
- Ela nos chamou de ‘graça’? Ambos? – André.
- Chamou sim. E além de sua amizade parece que ela não está nem aí pra você. – Pato.
Pink Manzana parou se virando para lhes acenar.
- Vossas pessoas não vem? – PM.
André acenou de volta.
- Estamos indo! – Pato.
André não ia fazer compras, ia ao shopping pagar contas. Mas ao ver Pink Manzana a caminho do supermercado resolveu acompanhar o amigo às compras, e Pato sabia disto.

terça-feira, 9 de março de 2010

Capítulo II Compras - Parte I

Pink Manzana passou a manhã sozinha com Prix. Quis ir à suposta faculdade com Beatrice, porém ela dissera ser semana de provas e não poderia mostrar o local.
- Macaco Prix e minha pessoa podem cozinhar, então? Para o retorno de vossa mercê? – PM.
- Como se houvesse muito o que cozinhar... Vá a um restaurante, há um aqui perto. Darei comida ao Prix quando eu voltar. – Beatrice.
- Restaurante... Minha pessoa não gosta de alimentar-se me locais estranhos e Macaco Prix não pode acompanhar-me em um restaurante.
Beatrice suspirou com a hospede tão caprichosa.
- Então cozinhe. – BC.
- Tem-se que fazer compras, e minha pessoa está sem dinheiro. – PM.
- Dez reais devem bastar. Está aqui.
- Agradecida!
Beatrice colocou a bolsa no ombro e pegou seu fichário, saindo, e Pink Manzana trancou a porta.
A hóspede dividiu uma maçã com Prix e foi aprontar-se para sair. Antes, porém, que fossem ao supermercado partiu em busca de roupas para lavar.
- Beatrice parece desgostar de sua maquina de lavar. Quantas peças de roupas sujas! – PM.
Foi assim que as peças escuras caíram em suas mãos e descobriu o capuz entre elas, por Prix, que entrou nele.
- Uma fantasia de destas... Na verdade, ela é muito diferente das outras pessoas... – PM.
Com as roupas dobradas nos braços e Prix sobre elas, Pink Manzana levou-as para a área de serviço e verificou o vazio de cada bolso.
- Não é Prix? Tem pessoas vizinha, mas não pessoas amigas, pessoas colegas... E Beatrice não falou de seu pai. Será que sua pessoa está bem? – PM.
Ela trocou os brincos perolados por um par em pêndulos com esferas ocas de fendas douradas. Colocou sua saia e seus tamancos brancos – tinha pouca altura – e uma blusa rosa, de mangas.
Pegou sua bolsa e sentou-se à mesa apontando o espaço a sua frente.
- Macaco Prix, minha pessoa precisa discutir com vossa mercê. – PM.
O animal sentou-se no espaço indicado.
- Se sairmos agora teremos o momento de retornar, e este momento será quando terminarmos o que iremos fazer. – PM.
O olhar de Pink Manzana procurava por compreensão no macaco, que a observava com interesse.
- Vamos comportar-nos, e procurar não provocar transtornos. Vossa mercê não poderá tocar nada e minha pessoa não deixará vossa mercê se ausentar de meu ombro. – PM.
A atenção de Prix parecia dispersar e Pink Manzana abriu sua bolsa retirando dali uma corda de varal e o animal voltou-se para ela em atenção.
- Já aprontastes comigo, macaco Prix, escapando à noite e quase matando-me de medo. Se escapar novamente hoje, na saída às compras, mantê-lo-ei preso todo o tempo em que estiver comigo. – PM.
Como que arrependida Pink Manzana dirigiu a ele um olhar doce, quase maternal.
- Se escapa de mim parece não me querer, e preciso cuidar de ti quando Beatrice não estiver. Não posso perdê-lo e não sou ameaça a vossa mercê ou à Beatrice, mas se for o único modo de controlá-lo assim será. Vossa mercê me compreendeu?

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Capítulo I - Piloto - Parte VI

Pato sorriu do modo de Pink Manzana falar e a deixou dormir em seu quarto. O sofá já estava pronto, mas ainda não tinha sono. Estava na cozinha deixando um recado na secretária eletrônica de Black Cherry e não viu André chegar se não quando o amigo contava de suas aventuras da noite à silhueta na cama.

André foi tirado de lá por um puxão no braço e Pink Manzana se quer deu sinais de que acordava.

- Pronto! Então quem está no seu quarto? Não diga que é uma garota... – André.

- Fala baixo. Deixe-a descansar. – Pato.

- Deixo. Claro que deixo! Se me disser por que ela está tão cansada. Diga detalhes do que aconteceu entre Beatrice e você.

- Que Beatrice... É Páola, e o que aconteceu foi grave, de certo modo.

- Páola, claro... E quem é Páola, e o que aconteceu assim de tão grave?

- Chegou à cidade hoje e ia passar a noite no apartamento de Beatrice.

- Então o que ela faz aqui? Por acaso pensa alto demais para a garota estudiosa?

- Pára de piada! Mas resumindo, Páola tem fobia noturna e saiu atrás de Prix.

- Fobia noturna! E Prix está aqui ou com Beatrice?

- Ele está por aí, acho, ainda. Mas ele vai acabar voltando.

- É muito estranho. Macaco, fobia noturna, garota estudiosa...

- Estranho, mas não vou contar mais nada hoje. Estou cansando.

- Cansado de que, não fez nada de mais... E amanhã é domingo.

- Exatamente. Tenha uma boa noite, e fique longe do meu quarto.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Capítulo I - Piloto - Parte V

Alcançou-o a tempo de o ver sair pela janela e debruçou-se no peitoril preocupada, mas não viu Black Cherry na sombra sob a escada.

- Prix! Prix, espere! Volte aqui! Prometi cuidar de vossa mercê! Beatrice vai matar a minha pessoa... – PM.

Pink Manzana hesitou olhando para o interior do apartamento e começou a descer pela escada de incêndio pisando com força e parou no quarto andar.

Parada a sua visão era embaçada e escura, quase sem ver os pontos luminosos dos postes. Tão ausente de si estava que não viu a janela à esquerda abrir-se.

- Ei. Ei! – Pato.

Ela virou-se devagar com os dedos cravados no corrimão metálico.

- O que faz aí? – Pato.

- Eu... Eu... – PM.

- Você está bem?

- Rápido demais.

- O quê?

Pato não conseguia entender e Pink Manzana olhou ao redor como se pudesse enxergar algo além do rosto desfocado de Pato.

- Desci... Rápido demais e... E eu preciso de... Ajuda. – PM.

Pato saiu preocupado pela janela.

- Você tem fobia? – Pato.

- Sim, mas... Prometi cuidar do macaco Prix, e macaco Prix fugiu pela janela... A porta está trancada... Beatrice não vai... – PM.

- Com calma, venha. Vamos entrar.

Ainda que ela relutasse a se por em movimento Pato conseguiu que ela o acompanhasse e entraram no quarto.

- Suas mãos estão frias. – Pato.

Ela bebeu alguns goles de água e logo respirava melhor.

- Obrigada. – PM.

- Não foi nada. Mas você não devia ter ido lá fora se tem fobia de altura. – Pato.

- Não tenho problemas com altura, apenas com a noite. – PM.

- Você tem medo do escuro?

- Um pouco. O problema, mesmo, é a noite.

- Então por que saiu à noite?

- Tentei alcançar o macaco Prix.

- Beatrice cuidará disso. Prix conhece bem a área, mas ela o encontrará rapidamente.

- Mesmo?

- Sim. Agora vamos subir, por dentro do prédio.

- A porta está trancada.

- Sem problema. Eu subo por fora, entro pela janela e volto com a chave.

Pink Manzana deu de ombros, conformada.

- Beatrice levou a chave. – PM.

- Em um caso de incêndio isso seria um perigo... Bem, então eu gostarei de tê-la como companhia esta noite. Você descansa, amanhã resolvemos as coisas e tudo ficará bem. – Pato.

- Uma vez mais eu tenho apenas o que agradecer a vossa mercê.