domingo, 16 de maio de 2010

Capítulo II - Compras - Parte VI

Os gritos dela surpreenderam tanto Beatrice quanto os policiais e de repente ela chorava e sentava-se no sofá com o resto nas mãos.
- O que ela disse? – Silvio.
- Eu não sei. – BC.
- Que idioma é este?
- Eu não...
Pela porta aberta de repente entrou Pato e André, depois, com uma vassoura.
- Beatrice! Beatrice, tudo bem? Escutamos gritos! – Pato.
- Foi Páola. – BC.
- Vocês dois também estavam no supermercado. Vou pedir mais uma viatura. Vamos todos para a delegacia. – Maciel.
Pink Manzana continuava aos soluços e passava a respirar fundo tentando se acalmar.
- Minha pessoa não é criminosa ou ousa mentir. – PM.
- Vocês são policiais? – André.
- Do que estavam falando? – Pato.
- Acham que somos criminosas, e agora deve pensar o mesmo de vocês. – BC.
- Eu não estava com aqueles caras! – André.
- Beatrice não tem nem tempo de ser criminosa! Os estudos da universidade tomam todo o tempo dela! – Pato.
- Não tem como uma moça como você ter desarmado três bandidos. – Maciel.
- Mas ela fez e sou testemunha! – André.
- Nós e mais dúzias de pessoas que estavam naquele supermercado! – Pato.
- E eu só queria ver como ela fez isso... – BC.
- Foi um modo violento de minha pessoa, porém mostro, se vossas mercês desejam ver. – PM.
Logo Beatrice segurava a vassoura, com a qual André chegou, e os policiais suas canetas. Pato tentava explicar.
- Ela se aproximou devagar. – Pato.
Beatrice tentou resistir e ficar com a vassoura e depois as canetas estavam no chão.
- Foi assim que o tiro não acertou ninguém e ela rendeu-os. – Pato.
- Ela devia ser considerada uma heroína e não cúmplice. Aliás, ela já estaria longe se fosse. – André.
- Realmente.
Olhando os dois, muito surpresa pelas atitudes de André, Beatrice deu um tom determinado à sua voz.
- Se insistirem com isso eu tomarei providências junto ao meu advogado quanto a calúnia partida do departamento policial desta cidade. – BC.
- Está bem, senhorita Páola. Acreditamos nas suas palavras. Por favor, não saia da cidade. – Maciel.
- Vossas mercês estejam tranqüilas quanto a isso. - PM.

domingo, 9 de maio de 2010

Capítulo II - Compras - Parte V

- Vocês estão bem? – BC.

- Sim. Já acabou tudo.

- Beatrice, o que vossa mercê faz aqui? – PM.

- Eu estava... Na faculdade, escutando rádio... Páola disse que viria ao mercado pela manhã... Soube do assalto e... – BC.

Pink Manzana abraçou-a com força, feliz.

- Vossa mercê preocupou-se comigo, de verdade! – PM.

- É uma surpresa mesmo... Você ter largado seus livros pelos seus... – André.

- Não pressiona André. – Pato.

- Já comprei tudo o que precisávamos para o almoço, agora tenho que ir. Preciso procurar um emprego para ajudar a pagar as contas. – PM.

- O que aconteceu aqui? – BC.

- Cara, você não vai acreditar! Foi incrível, impressionante... – André.

- Viemos fazer compra com Páola e os assaltantes entraram, então ela... Ela os desarmou. – André.

- A Barbie os desarmou? A mesma que tem fobia da noite? – BC.

- É. Ela mesma...

- Vossas mercês ficarão mais? – PM.

Com as compras na bolsa, para não usar as poluentes sacolas plásticas, ela já estava à porta do supermercado, pronta para ir embora.

Tendo Prix em seu ombro Beatrice trancou a porta e seguiu Pink Manzana até a cozinha, onde a jovem tão diferente de si retirava às compras da bolsa deixando-as todas sobre a pia. Seis maçãs, canela em pau, gelatina incolor e creme de leite.

- Páola. Páola. – BC.

- Oi, oi. Minha pessoa está escutando vossa mercê. – PM.

- Então me explique agora o que aconteceu no supermercado.

- Minha pessoa foi comprar todas essas delícias com Prix, já vínhamos embora.

- Quero saber do assalto.

- As três pessoas criminosas entraram no supermercado e renderam a mulher caixa...

- Espera, pare... Você não sabe falar como gente normal?

- Como assim pessoa normal?

- Tudo bem, não importa. Continue. A mulher caixa...

- ...foi rendida, coitada. Assustaram muito sua pessoa.

- E é como dizem? Você os desarmou? Você?

- Sim. Mas sinto tanto ter sido grossa e violenta com eles... Mas minha pessoa não possuía outra alternativa.

- Sente muito... Olhe, porque não me mostra como fez para desarmá-los.

Pink Manzana olhou-a de grandes olhos apreensivos.

- Minha pessoa não deve, o fez de modo tão terrível...

- Eu insisto a vossa mercê. Mostre-me como o fez.

Bateram à porta, e pareciam insistir. Como Beatrice não fez menção de atender Pink Manzana foi.

- De qualquer modo não posso lhe mostrar. Os homens criminosos eram três. – PM.

Pela porta aberta ela reconheceu os policiais e Beatrice os homens da delegacia.

- Boas tarde senhoritas. – Maciel.

- Boa tarde pessoa policial. – PM.

Ela sorria como qualquer que recepcionasse, e talvez, quem sabe, aos criminosos.

- Viemos esclarecer o ocorrido no supermercado. – Silvio.

- Sim. Na verdade surgiram algumas dúvidas do tipo: Como você, uma jovem alegre e delicada, desarmou os bandidos com tanta facilidade? – Maciel.

- Seria um quarteto? Onde algo saiu do esquema?

- Quarteto? – BC.

O policial olhou-a.

- Ou quinteto. – Silvio.

- Estariam testando a segurança local e os homens fingiram ser desarmados por você. – Maciel.

Pela primeira vez em muito tempo o sorriso de Pink Manzana sumiu de seu rosto.

- Meu persona non sedere criminosu aut ausu mentiri! Non ausu mentiri![1] – PM.


[1] Em latim: “Minha pessoa não é criminosa ou ousa mentir! Não ousa mentir!”