domingo, 9 de maio de 2010

Capítulo II - Compras - Parte V

- Vocês estão bem? – BC.

- Sim. Já acabou tudo.

- Beatrice, o que vossa mercê faz aqui? – PM.

- Eu estava... Na faculdade, escutando rádio... Páola disse que viria ao mercado pela manhã... Soube do assalto e... – BC.

Pink Manzana abraçou-a com força, feliz.

- Vossa mercê preocupou-se comigo, de verdade! – PM.

- É uma surpresa mesmo... Você ter largado seus livros pelos seus... – André.

- Não pressiona André. – Pato.

- Já comprei tudo o que precisávamos para o almoço, agora tenho que ir. Preciso procurar um emprego para ajudar a pagar as contas. – PM.

- O que aconteceu aqui? – BC.

- Cara, você não vai acreditar! Foi incrível, impressionante... – André.

- Viemos fazer compra com Páola e os assaltantes entraram, então ela... Ela os desarmou. – André.

- A Barbie os desarmou? A mesma que tem fobia da noite? – BC.

- É. Ela mesma...

- Vossas mercês ficarão mais? – PM.

Com as compras na bolsa, para não usar as poluentes sacolas plásticas, ela já estava à porta do supermercado, pronta para ir embora.

Tendo Prix em seu ombro Beatrice trancou a porta e seguiu Pink Manzana até a cozinha, onde a jovem tão diferente de si retirava às compras da bolsa deixando-as todas sobre a pia. Seis maçãs, canela em pau, gelatina incolor e creme de leite.

- Páola. Páola. – BC.

- Oi, oi. Minha pessoa está escutando vossa mercê. – PM.

- Então me explique agora o que aconteceu no supermercado.

- Minha pessoa foi comprar todas essas delícias com Prix, já vínhamos embora.

- Quero saber do assalto.

- As três pessoas criminosas entraram no supermercado e renderam a mulher caixa...

- Espera, pare... Você não sabe falar como gente normal?

- Como assim pessoa normal?

- Tudo bem, não importa. Continue. A mulher caixa...

- ...foi rendida, coitada. Assustaram muito sua pessoa.

- E é como dizem? Você os desarmou? Você?

- Sim. Mas sinto tanto ter sido grossa e violenta com eles... Mas minha pessoa não possuía outra alternativa.

- Sente muito... Olhe, porque não me mostra como fez para desarmá-los.

Pink Manzana olhou-a de grandes olhos apreensivos.

- Minha pessoa não deve, o fez de modo tão terrível...

- Eu insisto a vossa mercê. Mostre-me como o fez.

Bateram à porta, e pareciam insistir. Como Beatrice não fez menção de atender Pink Manzana foi.

- De qualquer modo não posso lhe mostrar. Os homens criminosos eram três. – PM.

Pela porta aberta ela reconheceu os policiais e Beatrice os homens da delegacia.

- Boas tarde senhoritas. – Maciel.

- Boa tarde pessoa policial. – PM.

Ela sorria como qualquer que recepcionasse, e talvez, quem sabe, aos criminosos.

- Viemos esclarecer o ocorrido no supermercado. – Silvio.

- Sim. Na verdade surgiram algumas dúvidas do tipo: Como você, uma jovem alegre e delicada, desarmou os bandidos com tanta facilidade? – Maciel.

- Seria um quarteto? Onde algo saiu do esquema?

- Quarteto? – BC.

O policial olhou-a.

- Ou quinteto. – Silvio.

- Estariam testando a segurança local e os homens fingiram ser desarmados por você. – Maciel.

Pela primeira vez em muito tempo o sorriso de Pink Manzana sumiu de seu rosto.

- Meu persona non sedere criminosu aut ausu mentiri! Non ausu mentiri![1] – PM.


[1] Em latim: “Minha pessoa não é criminosa ou ousa mentir! Não ousa mentir!”

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